sexta-feira, abril 29, 2005

Pinigol!



Em busca de um sonho, lá se continua a avançar. Contra ondas e marés. Contra moinhos de vento. Contra tudo e contra todos. A nosso favor. Porque querer ganhar é já por si uma vitória. E porque merecemos. E, porque é exactamente nas alturas complicadas que se vê quem "está lá", Mauricio Pinilla, tal como Niculae há umas semanas contra o Newcastle, salvou uma época com um golo que nos dá metade do bilhete da final. Falta a outra metade, que estará, concerteza, nos pés (ou cabeça, ou mão, ou ombro, quero lá saber) de outro leão com garra, tal como Pinigol. E, ou muito me engano, ou este não foi o útimo golo decisivo do matador chileno esta época. A ber...

quinta-feira, abril 28, 2005

Alentejo Sem Leis

Por razões desconhecidas, na 6º feira passada, às 5 da manhã, tropecei no polibã da casa de um amigo da minha amiga Cláudia e cai. Por razões ainda mais desconhecidas cai de nariz. E doeu. E muito. Uma dor tão fininha e desconfortável que nem deu para berrar e dizer duas ou três asneiradas bem potentes. Fiquei muda! Sem me aperceber como, estava afogada em sangue, numa casa estranha, onde dormiam uns amigos do amigo da minha amiga e sem água para limpar as poças.Por razões mais desconhecidas ainda mantive-me calma. E enquanto escorria sangue, sentada na mesa da cozinha, impotente, apareceram-me as amigas. As amiguinhas!! Ufa!!

Agora já estou na cama. Que bom. Doi-me tanto o nariz e tenho tanto sono e estou tão cansada. Não me levanto mais! As amigas estão em cima do meu nariz. Ambas com ar de doutoramento em medicina (e especialização em otorrinolaringologia) balbuciam diagnósticos. Eu não oiço bem. A minha cabeça está a ser invadida pelos Arcade Fire e só oiço: “ alexander! – our older brother! – set out for! – a great adventure!”

Óh que grande merda! Resolveram levar-me para o centro médico de Odemira. “ Não vou!”, digo eu.

E lá vamos nós. As três para Odemira. No meu clio branco de mercadorias. Eu deitadinha no ombro da Ben, sem abrir a boquinha. A Cláudia a conduzir. Contente por não ter bebido. Benditos antibióticos!

Não estou a perceber! O que é que vou fazer para Beja? “Nem pensar. Não vou! Muito menos de ambulância!”. “Entra na ambulância”, diz a Cláudia. “ Deves ter o nariz partido, tens que fazer uma radiografia e aqui não têm equipamento. ....Oh que chatice! Só pode ir uma!Tenho que levar o carro para a Zambujeira. Ben vais tu?”. A cláudia está a organizar a cena. Bom...não tenho hipótese...resigno-me... e ainda heroicamente acrescento: “ deixem estar...deixem estar... eu vou sozinha...” . “ Oh pá ó Xana, cala-te!”...

Lá vou eu na ambulância para Beja, deitada na maca, com a Ben ao lado. Repetidamente dizemos uma à outra: “nunca tinha andado de ambulância!!”. Ao som de Arcade Fire adormeço profundamente.

Duas horas depois estou na entrada das urgências do hospital de Beja. Acordam-me. Levanto-me. Vejo uma cadeira de rodas. Espectáculo! Que bela cadeirinha!! Empurra! Empurra! Quero tudo a que tenho direito.

Olha o médico é espanhol. “Então? Não me atende?”. “Um momento cariño. Está a seguir!”

“Ora vamos lá ver isso. O que aconteceu?”. “Cai! Nem sei como! Na casa de banho, veja lá bem!”. “Bom... deve ter o nariz partido vai ter que tirar uma radiografia. Por favor leve-a para o raio X”.

Tantos corredores. E eu na minha cadeirinha. Já nem percebo nada.... “alexander! – our older brother! – set out for! – a great adventure!”…

“Vá! Encoste o nariz!” . “Olhe, não se engane que só tiro uma! As radiografias provocam cancro!”. A médica ri-se. “ Ri-te! Ri-te!”

Mais corredores. Quem? Um cirurgião? Para quê? “Olá. Boa –noite... olha que pequenino que é este cirurgião. EH EH EH que castiço! “Então boa-noite menina! Está cheia de sorte. Não partiu o nariz. Nem entortou. Só vai levar aqui uns pontos. Quer com anestesia ou a frio?”. “Quero a frio! Sinto-me forte!”.

“Ai! Ai! Que merda!” . “ Pronto! Já está!”. “ Ai ! Ai! “. “ Pronto. Agora é que já está!”. “Mentiroso!”. “ Vá...já está... quer uns comprimidos para tomar para as dores?”. “ Não! Apetece-me sofrer...”.

Bem! Que merda! Doeu-me tanto. Já não quero a cadeira de rodas! A Ben? “Onde é que está a minha amiga?”. “Está na sala da entrada”. Bom.. agradeço a simpatia do cirurgião e desato a andar, a passos largos. A rosnar, com o bombeiro, com a cadeira de rodas, atrás de mim, vou ter com a Ben, a minha companheira de ambulância.

“Já não preciso da cadeira, obrigada”. Então mas agora este não me larga? “ Tudo bem”, respondeu o bombeiro. “Mas tem que levar a manta. É da ambulância”.

Chego à sala da entrada. Olha a Ben. Está agarrada ao telemóvel, as usual... bem... está toda encarnada nos olhos... que ar de bêbada...agora é que estou a ver...

Já era de dia quando entrámos novamente na ambulância. Agora iam levar-nos a casa. Lá viémos as duas deitadinhas na maca. Eu vim meia acordada, aos saltos e aos pulos, por aquelas estradas fantásticas, boas, rápidas e cómodas. E sempre a ouvir “Arcade Fire” de fundo: “ Come on alex! You can do it! Come on Alex! There’s nothing to it! If you want something – don’t ask for nothing! – if you want nothing! – don’t ask for something! “.

O céu estava azul. O sol brilhava. E as miúdas regressavam à Zambujeira. Quando saímos da ambulância a alegria da bebedeira voltou. As duas acendemos um cigarro e, todas contentes e bem dispostas, fomos para casa, junto à falésia. “ O que tens aqui, Benedicte?”. E desatámos a rir. A Ben tinha um autocolante ao peito com o meu boletim clínico.

Quando chegámos a casa, gritávamos, falávamos ao telefone aos berros e riamo-nos tão alto que os amigos do amigo da minha amiga Cláudia, que dormiram todo este tempo, acordaram e pensaram que tinhamos acabado de chegar da night. Bem bebidas de uma noite bem animada.

No dia seguinte o dono da casa, o Zé Prazeres, atribuiu o sangue na casa de banho , espalhado pelo chão, lavatório e banheira, à Ben. Que estava com o período.



A autora agradece a simpatia: a não sei quem que me socorreu em Odemira, aos bombeiros da ambulância, ao bombeiro que pacientemente empurrou, durante todo o tempo, a cadeira de rodas, ao médico espanhol, à senhora do raio X, ao cirugião, ao Zé Prazeres por ter limpo a casa de banho sanguinolenta.
Agradecimento especial às amigas. Que tornaram este momento uma anedota.

quarta-feira, abril 27, 2005

Angústias

Vocês já olharam bem para os olhos de uma vaca? E de um bezerro? E de uma cabra? Já olharam, e ao mesmo tempo, deram uma festinha? E viram aqueles olhinhos a piscarem devagarinho contentes com o carinho?

Não sei como é que ainda consigo comer carne...

terça-feira, abril 26, 2005

It's showtime!




sexta-feira, abril 22, 2005

Conclusão

Quando mergulhamos em recordações é porque o presente não está muito interessante. E o futuro não se apresenta risonho.

quinta-feira, abril 21, 2005

Head On



O que o amor dá, o amor tira! 17/20 - muito por causa da banda sonora

Batota ou simples estupidez?

RECORD – Vai torcer por qual das equipas?
ANTÓNIO FIGUEIREDO – Espero que o resultado não impeça o Benfica de ser campeão e o Estoril de se manter!

quarta-feira, abril 20, 2005

Sobre o Tratado da Nova Constituição Europeia

Movida pela angústia da ignorância, pela curiosidade do possível "Não" francês, mas com pouca paciência, naveguei por aí na ânsia de saber mais sobre a Nova Constituição Europeia. E foi assim que esbarrei com um texto chamado " A Constituição Europeia explicada às escolas".Título sugestivo para uma calona interessada.

Este texto, que a seguir vos proponho a leitura, foi escrito por João António Cavaco Medeiros (Economista e Professor Português do Ensino Secundário).

Sobre o tratado da Nova Constituição Europeia:
Antidemocrática – O seu processo de elaboração por uma convenção de “notáveis” já diz tudo sobre a sua pretença democracia. É feita por cima das cabeças dos povos europeus e só pode ser assim porque é feita contra os seus interesses.
A Constituição eliminou qualquer referência aos povos da Europa, o que significa que estes não podem esperar dela qualquer reconhecimento do seu direito de autodeterminação. Aprova as medidas repressivas que os Estados apliquem contra essa aspiração dos povos.
Neoliberal – Os bem conhecidos laços entre os grupos de pressão das multinacionais e as instituições europeias dão lugar a grandes escândalos periódicos. Trata-se de uma verdadeira osmose, com o pessoal dirigente a passar continuamente das funções oficiais para as privadas e vice-versa.
A Constituição não faz qualquer referência ao Acordo Geral para o Comércio de Serviços, proposto pela OMC e aceite pela UE, o que significa que aceita o princípio de que nenhum Estado membro pode opôr-se à privatização dos serviços públicos.
Antiproletária – Aquilo a que se chama a “Carta dos Direitos Fundamentais” limita-se a harmonizar pelo mínimo os direitos actualmente reconhecidos, aliás precários ou inexistentes em muitos países do Leste. As multinacionais afiam o dente para os novos aderentes que virão fazer pressão sobre os salários, aumentar a concorrência entre assalariados, ajudar a eliminar regalias conquistadas. O “direito ao emprego” é substituído polo “direito a trabalhar”.
Xenófoba – Ao abrir a porta ao estabelecimento de uma categoria inferior à da cidadania plena para os “residentes de longa duração não comunitários”, a Constituição cria cidadãos de primeira e de segunda classe. Consagra a Europa fortaleza face a uma imigração que ela mesma provoca.
Patriarcal – Os direitos das mulheres, em particular o direito à contracepção e ao aborto, assim como os plenos direitos para as uniões de facto, não são reconhecidos.
Imperialista – A Constituição consagra o “respeito pelas obrigações derivadas da participação na NATO”, prevê que a França e a Alemanha desenvolvam uma força conjunta, “no quadro da União”, adopta a doutrina militar dos “ataques preventivos”, legitima a ocupação do Iraque e do Afeganistão e defende o monopólio das armas de destruição massiva nas mãos das grandes potências e dos seus aliados fiéis, como Israel.
Devemos reclamar que tenha lugar o referendo, a fim de mostrar a toda a população a necessidade de uma rejeição maciça desta Europa reaccionária, inimiga dos trabalhadores e dos povos.

Querem agora dar a vossa opinião? Sim ou não?

Eu quero 10% das acçoes desta SAD!

"Se o Sporting me garantir que compra acima de dez mil bilhetes, comprometo-me a pedir à Câmara de Leiria para efectuar o jogo no estádio da cidade. E o mesmo em relação ao FC Porto, neste caso para jogar no Estádio do Bessa", António Figueiredo, individuo isento, estorilista desde pequenino e que, só por acaso, já foi vice-presidente d'"aquilo", tentando justificar porque é que a sua equipa (a da Linha!) vai ao Algarve disputar o próximo jogo (curiosamente com "aquilo"), não o fazendo no seu próprio estádio, como era suposto, numa altura em que jogar perante os seus adeptos era crucial para se aguentar entre os grandes.

PS: Mesmo que os canários não percam no domingo, nada nem ninguém me vai tirar da cabeça que "aquilo" começou este campeonato com 6 pontos de avanço sobre todos os outros. Só foi pena o Alverca ter descido, senão eram 12 e agora talvez já nem precisassem de fazer mais de 200 kms para ir a banhos no Algarve.
PS2: Eu garanto que compro 20 bilhetes se o Sporting se comprometer a comprar mais 29.980 e sugerir a "aquilo" que o próximo jogo entre as duas equipas se dispute no Maracanã!

Made in Italy

Finalmente uma boa notícia vinda de Itália. Se alguém me disser que isto pode estar relacionado com o novo Papa (não está, por estes dias, tudo relacionado?), começo já uma campanha a favor da transferência do Vaticano para os EUA, Inglaterra, ou até mesmo para a Guiné-Bissau.

Confessionario

Eu, lisboeta e ateu me confesso: interessa-me mais a escolha de Ruben de Carvalho para candidato à Câmara Municipal da capital, do que a de Bento XVI para Papa. Mesmo sendo o Ruben um conservador de primeira linha, tal como o Bento. Mesmo sendo o Ruben um homem para "queimar" no acordo autáquico entre o PCP e o PS, tal como o Bento, eleito para fazer aproximar os católicos dos ortodoxos russos e gregos. Mesmo sendo o Ruben uma má escolha, tal como o Bento. Mas, eu, lisboeta e ateu me confesso: nunca esperei boas decisões da Soeiro Pereira Gomes, nem do Vaticano.

terça-feira, abril 19, 2005

Era uma vez um alemão chamado Bento

Ora os fumos sairam ! E o novo Papa está eleito. Ratzinger, ou melhor, Bento XVI. Nunca percebi estes nomes. Mas que raio passa pela cabeça de um homem para querer chamar-se Bento?? Será que no fundo o que ele queria mesmo era ir para São Bento? Ou terá a ver com o Bento Mântua Presidente do SLB em 1920? Ou é fã do Chico Bento da BD? Ou foi preciso “bento” para sair o fumo? Uma bentania! Ou! Já sei! Deve ser por causa dos “Frades Bentos”, a bela pinga branca do Ribatejo!!

Eu se fosse eleita Papa queria que me chamassem Renata Anne!

segunda-feira, abril 18, 2005

Tsunami aquilista

Há duas semanass eram favas contadas. Era a maré sem barragens. Agora já tudo parece mais complicado. Já há quem defenda que até os irmãos bracarenses é que são os favoritos. É impressionante como nem os aquilistas acreditam assim tanto n'aquilo. Mas vá, têm mais uma semana para se irem habituando à ideia...

PS: Uns minutos depois de ter escrito o que está umas linhas acima, alguém me lembrou que o próximo jogo d'aquilo é contra os irmãos canários. Ora, como se sabe, um canário nunca fará mal a um milhafre. Principalmente quando está a 200 kms da gaiola... Assim, afinal, têm mais duas semanas!

sexta-feira, abril 15, 2005

Bichaninho, versão 2

Mais ou menos há duas semanas mudei de casa. Eu e a minha cadela rafeira Mira Hagen. Agora vivemos com mais uma bacana da minha idade que também tem um bichinho. Uma siamesa chamada Zibidi ( ou qualquer coisa do género). E foi com satisfação e de braços abertos que recebi esse novo ser no meu novo lar. Mas a gata é má como as cobras! Não se pode agarrar, arranha tudo e todos (incluindo a dona), assanha-se, rosna. Enfim...um autêntico demónio de 4 meses.

Ontem ficou orfã. A sua mãe vai ficar fora de casa uns dias. Eu fiquei de bábá de monstro. Até aqui a melhor estratégia adoptada por mim foi o desprezo mas ontem resolvi meter ordem e não admitir aqueles uivos e rosnos permanentes. Então resolvi fazer-lhe um massacre psicológico: andei atrás dela, de esfregona na mão, até a merda da gata parar de rosnir.

Trinta minutos de perseguição, com a esfregona, e a dizer “shiuuuu! “, “Cala-te ó raivosa!” resultaram num copo partido, numa cagadela na banheira (sim, a gata estava tão irritada que até se cagou na banheira) e numa estafa psicológica. E o rosno? Sabem como ficou? Ficou! O monstro ganhou. E eu fui-me deitar exausta e nervosa. E com medo! “Um dia ataca-me”, pensei eu.

Senti-me a Julia Roberts em “Dormindo Com O Inimigo”.

quinta-feira, abril 14, 2005

Barraca da Musica

Haveria tanto para escrever sobre a Casa da Música, hoje inaugurada no Porto. Mas acho que vou esperar que esteja pronta para o fazer. Não me quero precipitar com avaliações apressadas. Temos tempo...

terça-feira, abril 12, 2005

'Tou na montra!

Numa atitude desesperada, e mesmo sem a permissão dos meus colegas "postadores", uso, pela primeira vez, este blog para, de uma forma completamente egocêntrica, fazer algo por mim. A situação assim o exige. Estou num beco sem saída. Ando há 5 anos (feitos a semana passada) a marcar passo numa indústria sem futuro e o horizonte não se afigura melhor do que aquele que Paulo Portas vislumbrava do Largo do Caldas no passado dia 20 de Fevereiro. Não me demito, mas procuro novas saídas. Não quero tachos públicos nem privados. Não quero ir para Ministro, mas quero deixar de ser um peão entre dois vinis riscados. Não quero escrever sobre o Pacto de Estabilidade, mas também não quero os UHF. Só queria uma oportunidade. Noutro lado que não aqui. Por isso, se alguma das 4 pessoas que visita este blog souber onde é que um puto (ok, tenho uns cabelos brancos, mas o João Gil também tem e não me parece que seja mais do que eu) de 30 anos, com o canudo de Comunicação Social nãos mãos, com mais de 10 anos de experiência nesta merda, pode ir bater à porta, é só dizerem. Talvez vos pague um Licor Beirão quando (deve ler-se "se") receber.

Bichaninho

Já há algum tempo que acho que a maior parte dos homens são gays. E vai-se a ver e (quase sempre) são mesmo.

Mar Adentro



A morte ficava-vos tão bem! (ou como Belén Rueda é simplesmente magnífica) 16/20

segunda-feira, abril 11, 2005

Aquilo nao passara

Não se falava noutra coisa no país. "Aquilo" parecia estar destinado a acontecer, mas eis quando, contra ventos e marés, a reviravolta surge na crista da onda. Agora é uma questão de honra. Uma autêntica Guerra Santa. O Movimento Contra Aquilo (MCA) teve ontem mais uma prova da sua força e vitalidade. Até ao fim, sempre a acreditar!

sexta-feira, abril 08, 2005

A belha Maya

"Papa", "Pacheco Pereira", "Avé Maria" "Salvação", "Fé"...
Este blog está a ficar demaisado crente para o meu gosto... Será da idade?

A força da fe

Num dia sem chuva. Numa amizade sem fim. Num sorriso diário. Num fim de tarde com Sagres Preta. Numa rádio sem playlist. Na boa vontade das pessoas. Num fim de semana em Espanha já em Maio. Numa alegria desmedida. Nas extraordinárias capacidades que a água salgada tem sobre mim. Numa viagem sem volta. No Euromilhões daqui a pouco mais de uma hora.

Ave Maria

Estou em pulgas que chegue amanhã só para ver o que as televisões portuguesas vão usar para abrir os respectivos telejornais, agora que o Papa está morto e enterrado.
Só tenho medo que se continue a falar de assuntos esóteircos e que, como tal, Marques Mendes seja o destaque do dia...

quinta-feira, abril 07, 2005

É pr'amanha...

O número de visitas deste blog pode não o indicar, mas a verdade é que a pressão sobre os "postadores" oficiais aqui do "As Coisas" tem vindo a subir ao longo dos últimos dias. O J.R. lá se tentou escapar com a desculpa da neve na cabeça (mas não é assim que tu e o teu i-pod agora estão sempre?), a Sumares ontem falava em sentido de obrigação, porque os putos não paravam e nós, os velhos, nos arrastávamos sem assunto. A verdade é que em minha defesa, nada me ocorre. Podia usar o Rainier, o Pacto de Estabilidade, o congresso do PSD que, mesmo com o enterro do Papa a tirar visibilidade mediática, começa amanhã (e que me vai obrigar a usar um cadeado na TV para que ninguém lá por casa a possa ligar e, sem querer, obrigar-me a ver o Mendes em bicos dos pés), o casamento do orelhas e da Camila, o excesso de concertos programados para o Verão (que me vão levar à falência, agora que se tornou moda não "arranjar uns convites aos amigos"), a presença dos Skatalites no sábado em Oeiras, a falta que o meu ordenado me faz, o (sempre agradável) início dos fins de tarde no Adamastor, os murros do Sá Pinto aos coitadinhos dos remendados, a presença do Jorge Coelho na Quadratura do Círculo, etc, etc, etc. Mas não. Só não me tem apetecido. Talvez amanhã...

segunda-feira, abril 04, 2005

Come a papa, Papa come a papa...

O Papa morreu. Não tenho pena. Mas também não queria que ele tivesse morrido de sida só para a Igreja aceitar o uso do preservativo. E que tivesse sida por, sem ninguém saber, ter sido violado por um gay ateu, revoltado com a discriminação. E também me faz impressão, que no meio das notícias sobre a sua morte, comentem a alteração do casamento do Principe Carlos com a sua Camila porque calha no dia do funeral do homem. E acho também que o Papa merecia que o Bush não fosse ao seu funeral.

O Papa tinha cara de porreiro. De boa pessoa. De ser um humanista. Muitos acusam-no de não ter feito grande coisa. Mas se calhar até fez ,ou poderia ter feito mais se tivesse vivido em outra época ou, se não tivesse 70 anos, quando se começou a discutir os abortos e as drogas da vida. Em 27 anos de pontificado aproximou culturas e religiões sendo a primeira figura católica a entrar em mesquitas; pediu desculpa pelas atrocidades cometidas pela Igreja no passado e para mim a sua cara e atitude transmitiam amor e paz.

Para mim, o seu defeito, foi ter sido Papa...

Adeus Karol. Vai com Deus.