quarta-feira, outubro 18, 2006

Sabia que

So ha dois sitios no mundo que nao existem serpentes. Polo Norte e irlanda.

Dublin me mata!

2 Comments:

At 12:08 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Este comentário é respeitante a um post colocado por si a 3 de Janeiro, de que só agora tiva conhecimento. Queria que o lê-se, por isso, não arrisquei deixá-lo apenas nessa data longínqua.
O meu email é edsardinha@yahoo.com.

Cara/o Sumares

Demorou, mas hoje calhei de esbarrar contra este post.

Sinto-me por isso na necessidade de esclarecer algumas das coisas sobre as quais escreve, iluminando também o seu texto de alguns conceitos.

O primeiro é o de tempo. Sendo que a noite do Teatro Sá da Bandeira decorreu apenas na passagem do dia 31 de Dezembro de 2005 para o dia 1 de Janeiro de 2006, a "festa neo-hippie", como lhe chama, durou vários dias. Sendo perfeitamente possível a um repórter deslocar-se a ambas e recolher elementos de reportagem na medida do texto que escolhesse escrever e pelo qual seria julgado. O que, no caso, não aconteceu, mas isso tem a ver com outro conceito.

O segundo é, portanto, o conceito de notícia. O texto a que se refere sobre a festa do Olival é um apontamento noticioso. Diz-se o que se passou, documenta-se com uma fotografia (tirada, será bom de ver, pela fotógrafa e não pelo repórter de escrita) e pronto. A sua linguagem poderá ser mais solta do que a de um jornal generalista, mas não difere, no seu âmago, das dezenas que terão sido publicadas nos jornais de todo o país por via das agências noticiosas. Logo tanto eu me socorri desses factos para escrever o referido apontamento; como as centenas de milhares de jornalistas a seu ver ubíquos que todos os dias se socorrem desses serviços.

O terceiro conceito, apenas para que tenha um termo de comparação, é o de reportagem crítica como o praticado pelo Blitz à época (e pela maioria dos periódicos desde há muito tempo). É nesta classe que se enquadra o texto referente ao Teatro Sá da Bandeira. Aí encontra apontamentos de reportagem próprios do testemunho in loco do repórter e, eventualmente, um cunho próprio do autor ao escreve-los. Mais, sendo um texto opinativo (misto de reportagem com crítica, como referi), encontra também avaliações estéticas, estilísticas e outras de cariz pessoal como é característica do género.

Depois de explorar melhor o primeiro conceito e descortinar as diferenças entre os dois seguintes, tenho a certeza que concordará comigo em que de facto não sou um senhor "muito à frente". O primeiro conceito decorre simplesmente da nossa existência, logo desde sempre (dentro da nossa compreensão enquanto seres humanos). O segundo tem séculos e o terceiro é comum das sociedades modernas desde o advento do respectivo jornalismo moderno. Verá que, face aos factos até poderei ser bastante antiquado, ou atrás, se preferir.
A este respeito, agradeço-lhe a leitura do meu trabalho e espero que, apesar de tudo, possa ter contribuido para a sua informação e formação. Como lhe desejo leituras melhores, e mais atentas, já agora.

Quanto ao episódio a que alude com Primitive Reason, deixe-me corrigir a referência temporal para três anos e acrescentar que para além do erro que refere, cometi ainda a "argolada" de referir no texto músicas que nem sequer tinham sido tocadas.
Já agora, dou-lhe a mesma explicação que dei aos meus superiores à época. O primeiro erro deveu-se a desinformação no local recebida por um jornalista (eu próprio) que embora, tenha assistido a concertos dos Primitive Reason desde 1996 (pelo menos), não seguia (como não sigo) a carreira da banda. O segundo erro foi induzido pelas mesmas circunstâncias, acrescidas do facto de o alinhamento musical fornecido ter emanado justamente do backstage da banda. Em suma, fosse o concerto hoje e, muito provavelmente, os erros iriam ser repetidos porque a forma como foram adquiridos então respeita a mesma recolha de informações jornalísticas em circunstâncias semelhantes que seguia e continuo a seguir.
No entanto, tais erros foram cometidos. Por isso, o Blitz corrigiu-os na semana seguinte. Por isso e por achar serem erros graves, coloquei a continuação da minha colaboração com o jornal à disposição de editor e director; que optaram pela minha continuidade na casa.

Espero que estas explicações, como deve acontecer com os textos jornalísticos, possam servir tanto para a/o informar como para a/o formar. E que, embora tardiamente, possam dar aos seus leitores uma leitura mais abrangente dos factos.

Eduardo Sardinha

PS – seguem ambos os textos, na sua versão não-editada, para comparação efectiva:


Reveillon Gathering


Uma fábrica abandonada em Olival, Gaia, foi o local escolhido por centenas de neo-hippies de toda a Europa para entrarem em 2006. A coisa começou por correr mal, a meio da semana passada, quando o dono da fábrica apareceu a reclamar a propriedade do local, mas a mediação da Câmara Municipal permitiu que a festa se realizasse. Com os soundystem montados e os cães soltos da trela, o reveillon tipo rainbow gathering já era ponto de romagem da população do grande Porto.




O que Foi Não Volta a Ser
Miguel Quintão, Shaun Ryder+Kav, dj Kitten, Teatro Sá da Bandeira (Porto), 31 Dezembro
Texto: Eduardo Sardinha
Foto: Cristina Pinto e Pinto



Já ia 2006 avançado nas horas e percebe-se uma frase de Shaun Ryder: «is this the last one?». O ex-vocalista dos Happy Mondays, que agora assina cartazes com o nome mitificado da banda de Manchester para ser uma não dupla de djing com Kav, estaria a tentar perceber se era o fim da sessão. Era e não gostou disso, como também lhe terá passado despercebido o início da mesma e disso também não gostou.
Com quinze anos bem medidos sobre o fenómeno da madchester, dez sobre o fogo fátuo que foram os Black Grape e um historial de drogas abundante, Shaun Ryder é, e custa dizê-lo, uma espécie de Paul Gascoigne da música. A sua sessão é iniciada por Kav e outro anónimo acólito numa espécie de anúncio Las Vegas versão djing da grande estrela que está para irromper em cena. Entra e fica para ali, de lado, como um personagem saído dos pubs de Secrets and Lies, o filme de Mike Leigh. Reponta para o ouvido do lado, aparecem duas loiras que o convencem de que se calhar tem mesmo de ir para ali. Bebe quatro whiskys enquanto eu bebo um. Kav passa agora uma sessão memorabilia com acento nos Black Grape (o que é sempre bom) e Ryder parece inclinado a ficar, mas nunca estará realmente ali. Não fará uma passagem e, ao microfone, apenas balbuceia alguns dos seus próprios refrões. Momentaneamente mais entusiasmado irá estrangular em grunhidos «Dare» dos Gorilaz, num estilo MC Quasimodo de camisola interior e copo em riste. A selecção musical estendeu madchester (Happy Mondays e Black Grape mas também Inspiral Carpets ou Primal Scream, era stoneana) para os vizinhos do hip hop ou para os continuadores do «rock dançável», com The Killers, mas, perante tal cenário não foi de estranhar que fossem os clássicos comuns dos Nirvana, James Brown ou Doors que mais fizessem dançar o Sá da Bandeira.
Foi principalmente o tal «rock dançável» (termo dúbio, por que parece que sempre se dançou o rock) que abriu a noite numa selecção de Miguel Quintão. Lá fora a dança do one-man-show Quim Barreiros enchia a Praça D. João I ao ponto de complicar a chegada ao Sá da Bandeira, que se ia compondo de gente aos poucos. O dj da Antena 3 coloria o negro dominante das toilettes de entrada em 2006 por via ascendente dos Gang of Four, com passagens pela colheita de 2005 (incluindo o disco do ano, Funeral) e pela esperada madchester, enquanto o povo deglutia as duas bebidas oferta e tomava consciência de que os Happy Mondays, de facto, já haviam terminado há muitos anos.
Com qualquer ilusão a esse respeito estilhaçada pelo espectáculo de Shaun Ryder, coube ao dj Kitten recolher os pedaços e retomar a magia numa excelente entrada anunciada por «Loaded» dos Primal Scream e um «Do You Want To» dos Franz Ferdinand que nunca o viria a ser. Depois enfartaria Dizee Rascal em batidas e recobrava a mesma pista disco de que Madonna se forra. Um groove mantido até à fronteira do electro, a partir de onde o electro-house ou o synth-funk de batida Miami já pedia cama. Bom ano.

 
At 1:14 da tarde, Blogger Sumares said...

Caro Eduardo

Obrigada pelo comentário! A sério! Só agora respondo, porque só agora o vi.

Não sei o que comentar. Tudo o que escrevi no post de 3 de Janeiro está aqui confirmado... O que poderei eu dizer? Que mantenho a minha opinião?

 

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