quarta-feira, agosto 09, 2006

Sudoeste 2006, festival nostalgia?


Pois é. Parece incrível, mas passado dez anos, ainda vou ao Festival Sudoeste. Claro que vou porque tenho que ir, mas seja qual a razão, há 10 anos que lá passo. Só falhei um, em 2000, e arrependi-me. Não sei porquê, já não me lembro, mas arrependi-me.

Por pior que seja, tudo o que tenha a ver com o festival, há sempre um rol de aventuras que transformam estes dias num fim-de-semana bem passado. Na realidade, tão bom, como praticamente todos os que passo no meu Alentejo Sem Leis. A questão é que o do Sudoeste tem sempre mais histórinhas. Encontram-se sempre mil pessoas, conhecem-se mais outras tantas, apanham-se sempre umas valentes bebedeiras ( ou pelo menos uma das grandes), há sempre momentos de caos, há sempre a pressa de ter que ir para o festival porque se quer ver não sei o quê, que nunca se chega a ver.

Este ano para mim o cartaz era miserável. Mas como alguém me perguntou em que ano é que foi bom? E é verdade! Em que ano é que a merda do Sudoeste teve um bom cartaz? Eu gostava era de ir para ali, com a matilha toda, acampar à frente do Clube da Praia ( que já nem se chama Clube da Praia...), encontrar pessoas giraças, estar o dia todo na praia, fumar ganzas até morrer e por aí. Este ano, com os Daft Punk lembrei-me muito desses momentos. “Homework “foi sem dúvida a banda – sonora dessas viagens. Sempre um monte de miúdas aos gritos, a dizer parvoeiras pela boca fora. No 1º Sudoeste até meti uma pastilha, tal era a excitação. E por isso, o concerto dos Suede transformou-se num concerto do caralho! Num desses momentos de loucura prometemos nunca falhar um festival e imaginámo-nos logo de cadeiras de rodas, desdentadas ou de muletas mas ainda ali. A fumar passas e a galar gajos. Não me lembro porquê calhou à Sofia ser a 1ª a morrer.

O que posso eu agora dizer? Que aquela merda é uma exploração infantil? Bilhetes carissimos e o que os putos levam em troca? Lixo e mais lixo, bichas para tudo, um copito de plástico de Super bock a 1.5€, pó, cubículos porcos e mal-cheirosos para fazer um xixi, MacDonalds, Chicken Kentuckies, Palhaços da Worten, paredes TMN para deixar mensagens, uma volta na roda gigante se apanharem 10 copos de cerveja. Uma tenda manhosa, sem qualquer decoração e cheia de cordas para tropeçares, um palco principal com bandas de qualidade duvidosa e rodeado de barracas sponsering by. Um acampamento que mais parece um campo de refugiados palestiniano, mais pó e uma pulseira azul que te permite ficar com a marca do sol até ao próximo escaldão.

Muito mau mesmo. Mas a canalha que lá andava é que me dá curiosidade. O que terão sentido? Será que gostaram? Será que se divertiram tanto como eu nos primeiros anos? Este Sudoeste 2006 poderá ter sido palco para tantas coisas. Pelas suas idades arriscaria a imaginar que para muitos foi o 1ª fim-de-semana fora de casa, foi o 1ª acampamento, perderam-se virgindades, apanharam a 1ª bebedeira, a 1ª moca valente, a 1ª pastilha/MD/Cocaina/e/ou afins, a 1ª dormida na praia, o 1ª gregório. Descobriram-se novos amores, o 1ª amor, ou, foi lá que passámos a ser amigos (as) de verdade, foi lá que o (a) conheci, sei lá, tanta merda gira para acontecer. Tanta merda gira que lá me aconteceu...

4 Comments:

At 1:25 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Isso k tu querias, era muito "BOOM"!

 
At 11:16 da manhã, Blogger Sumares said...

Rebel

Só por te ter conhecido já valeu a pena ter ido ao Sudoeste!!

 
At 1:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Foi giro, não foi?

;)

 
At 3:33 da tarde, Blogger S. said...

Tmabém não curti este Sudoeste como o anterior (só fui a um, antes). Mas acho que este foi o ultimo. Não sei porquê..- se foi do pessoal, ou das "historinhas" ou só de mim mesma...
Desculpa, n ser conclusiva no assunto.

 

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