Eu quero o meu futebol de volta!
Não entrando em questões de justiça na permanência ou não de Peseiro (deixo isso para quem vai bem classificado na Liga Record e tem moral para criticar as decisões do homem), a derrota do Sporting ontem deixa cada vez mais vincada a ideia de que o futebol, por estes dias, está uma bela merda. O chamado "futebol moderno" é frio, sem ardor nem amor. Ok, há uns assobios, Há uns lenços brancos. Há contestação. Mas porra, aquilo é futebol. Não podemos depois sair todos do estádio a assobiar para o lado, pensando que em Paços de Ferreira tudo vai melhor, como que por magia. Hoje vai-se ao estádio como se vai ao cinema. Ou a um concerto de música clássica. "Foi mau, não foi? Foi, mas olha, vou-me embora que amanhã tenho que acordar cedo para ir para o alentejo passar o fim de semana". Foda-se. Futebol é mais do que isto. Futebol é poder sair do campo depois de eliminados por uma equipa em que o único que joga à bola tem 18 anos e poder ir lá para baixo, para a porta 10A, fazer ver a toda aquela gente que não se atura mais isto. Há uns anos, depois de uma derrota destas e havendo, como há hoje, uma assembleia geral onde, entre outras coisas, se vai decidir o aumento das quotas em mais 1€/mês, o estádio vinha abaixo. Puta que pariu o "futebol moderno" e os seus gestores de activos. Quero o velho Costa, que me cobrava as quotas todos os meses num guichet ranhoso na parte de trás do pavilhão. Quero as roullotes sem plasmas para ver o flash-interview no final do jogo enquanto se bebe uma preta. Quero uma assembleia geral à antiga, em que os senhores que vão para lá falar sejam obrigados a assumir responsabilidades. Quero ver amor pelo clube. Pelo jogo. Quero, como diz, e muito bem, um amigo meu, o meu clube gerido como um clube e não como um banco.
5 Comments:
Olha, punhas lá aquele rapazinho que deu um pontapé ao jornalista como ponta de lança e tinhas os problemas resolvidos.
O pior era o rabinho do Peseiro.
np
O futebol que queres já não existe. Usando a metáfora do concerto, o futebol (sobretudo europeu, mas também sul-americano), hoje em dia, tornou-se um festival mainstream, onde as bandas são todas conhecidas e raramente és surpreendido com um bom espectáculo. Às vezes, até presenciamos "uma boa meia hora", mas depois, é sempre mais do mesmo. O meu futebol já morreu há muito tempo: Mundial'82, com os artistas que cito de cor, Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luisinho, Junior, Toninho Cerezo, Sócrates, Zico, Falcão, Serginho e Éder.
às vezes o problema é mesmo esse. A turma da picanha pode ser boa - tirando o polga a do sporting é de elevada qualidade- só que só se dá bem com os ares do porto porque lá os donos da bola e dos bares de alterne são a mesma pessoa.
Foda-se pá, não podia concordar mais contigo.
QUERO-TE VER A DISCURSAR NA PRÓXIMA AG.
e já agora o estádio nacional engalanado, a mocidade aprumada e o tio salazar a saudar os bravos, não?
Se os bancos são clubes, porque é que os clubes não são bancos? Tu queres é molho
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