As Coisas

Um dia de Metro

Hoje, ao contrário de todos os outros dias, vim para o trabalho de metro. Realmente devia o fazer mais vezes. Como me soube bem sair de casa e caminhar pela nossa maravilhosa velha Lisboa. A rua da Academia das Ciências com o seu arco gótico/romântico, a rua do Século, a Calçada do Combro, o Calhariz com solinho e com o rio a espreitar. Largo Camões, eléctricos amarelos e caminhar ao lado das pessoas. No carro não se vê ninguém. Só se ouve rádio, notícias ou musica manhosa, buzinas e palavrões. Fumo e sinais de trânsito.

Ao chegar à estação de metro fui contemplada por um jornal ( “Metro”) de distribuição gratuita. Só o temos de sacar de uma estrutura metálica. A qualidade do mesmo, a nivél estético e de escrita pode ser um pouco duvidosa mas, sempre aumenta a probabilidade de o português ler alguma coisa. Algo mais há-de aprender. A saber. Os transportes vão aumentar, hoje é dia das mulheres (mas ainda há muitos países onde os direitos não são iguais), o Simão vai escapar-se a 2 jogos de castigo, os habitantes de Oeiras não querem “mamarracho” no Parque dos Poetas, um polícia morreu, um bombeiro ficou ferido, já andam para aí uns novos bonecos para ajudarem as crianças, vai haver falta de água no Verão, a UE avisou a Turquia que tem que respeitar os direitos humanos, uma entrevista à Simone, as águias e albatrozes estão em extinção, cartaz de cinema, horóscopo, palavras – cruzadas, descobre as diferenças e metereologia. Honesto. Muito honesto mesmo! E tanto que é que, se olharmos em redor, vê-se muita gente a lê-lo. Quase toda a gente!

Amanhã venho de metro outra vez. Para ver se deixo de ouvir que sou uma “ecologista da tanga” ! Porque hoje não valeu. O carro está “na revisão”.

posted by Sumares @ 12:27