Mourinho, o Infante
Recentemente condecorado com uma Grande Ordem qualquer, José Mourinho, o embaixador de Portugal continental e ilhas lá pela terra dos bifes, e o seu Chelsea perderam, no passado sábado, o seu primeiro jogo da época. Há dois dias, numa conversa tão normal como a verdade "se é Mini, é Sagres", as palavras "é bem feito" sairam-me da boca quando confrontado com este (raro) revés do "Special One". Fui imediatamente apelidado de "invejoso" e "típico tuga, que não pode ver nenhum compatriota fazer boa figura lá fora". Contestei e contesto. Não tenho inveja do Mourinho. Aliás, 'tou-me a cagar para o Mourinho. Ou pelo menos estava até ele ter rasgado uma camisola verde e branca aqui há uns tempos. O que eu não suporto é gajos que pensam que são Deus. E é aqui que o meu sentimento pelo homem que já disse que gostava de ver Clooney retratar a sua vida na 7ª arte assume contornos estranhos. Só porque se confunde com o que sinto por Cavaco. Não o gramo nem um bocadinho, mas tenho que levar com ele. Isto não é inveja. É azar. Por isso, admito: enquanto Mourinho não for treinador do meu clube ou seleccionador nacional, vou querer sempre que ele perca. Assim, levo com ele na mesma, mas sempre me posso rir por dentro.PS: Sabem de quem é que eu poderia ter inveja? Do gajo de Odivelas a quem sairam 61 milhões de euros... Dáva-me para umas caipirinhas com vista para o sol e o atlântico do hemisfério sul e não tinha que estar para aqui fechado, com a chuva a bater nas janelas, a falar do Mourinho. Ora merda!
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