quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Mourinho, o Infante

Recentemente condecorado com uma Grande Ordem qualquer, José Mourinho, o embaixador de Portugal continental e ilhas lá pela terra dos bifes, e o seu Chelsea perderam, no passado sábado, o seu primeiro jogo da época. Há dois dias, numa conversa tão normal como a verdade "se é Mini, é Sagres", as palavras "é bem feito" sairam-me da boca quando confrontado com este (raro) revés do "Special One". Fui imediatamente apelidado de "invejoso" e "típico tuga, que não pode ver nenhum compatriota fazer boa figura lá fora". Contestei e contesto. Não tenho inveja do Mourinho. Aliás, 'tou-me a cagar para o Mourinho. Ou pelo menos estava até ele ter rasgado uma camisola verde e branca aqui há uns tempos. O que eu não suporto é gajos que pensam que são Deus. E é aqui que o meu sentimento pelo homem que já disse que gostava de ver Clooney retratar a sua vida na 7ª arte assume contornos estranhos. Só porque se confunde com o que sinto por Cavaco. Não o gramo nem um bocadinho, mas tenho que levar com ele. Isto não é inveja. É azar. Por isso, admito: enquanto Mourinho não for treinador do meu clube ou seleccionador nacional, vou querer sempre que ele perca. Assim, levo com ele na mesma, mas sempre me posso rir por dentro.

PS: Sabem de quem é que eu poderia ter inveja? Do gajo de Odivelas a quem sairam 61 milhões de euros... Dáva-me para umas caipirinhas com vista para o sol e o atlântico do hemisfério sul e não tinha que estar para aqui fechado, com a chuva a bater nas janelas, a falar do Mourinho. Ora merda!